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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

“Formar o homem para a vida em sociedade ou para o mercado de trabalho?”

Falar da finalidade da educação superior hoje significa falar dos objetivos que devem ser atingidos pela universidade como instituição social. Isto significa, em primeiro lugar, a opção entre os objetivos mais imediatos – o mercado de trabalho - e aqueles que aparentemente têm desdobramentos ao meio/longo prazo: a formação do sujeito. 
Coloco isto como uma opção, porque é um posicionamento político sobre a função do ensino superior que leva em consideração a emergência de qualificação para neoliberalismo, em contrapartida à formação do sujeito ético. Se entendemos a “ética” não um conjunto de regras objetivas e externas, mas sim, como o exercício da consciência, da liberdade e da responsabilidade cuja direção é a do sujeito em relação a realidade, as duas opções são incompatíveis. 
Nesse sentido, Mészáros (2008) desenvolve a ideia de que é impossível aliar uma educação que essencialmente tenha fins formativos no sentido integral do sujeito com uma educação para o mercado, já que, historicamente, a educação que parte das questões do capital - ou seja, formação de mão de obra especializada - não só fornece conhecimentos e o pessoal necessários para a expansão e o fortalecimento do capital senão que também gera e transmite valores e uma visão de mundo que legitimam os interesses dominantes. 
É por isso impossível a costura de ambas posturas, pois a formação subjetiva precisa desenvolver a autonomia e responsabilidade ética e política no sentido que os sujeitos sejam capazes de dar respostas responsáveis à sociedade, o que termina sendo negligenciado a favor das competência que o capitalismo exige dos trabalhadores. É negligenciado porque na educação para o capital um dos principais mecanismos postos é a naturalização do papel social dos sujeitos: 

A consequência disso [da naturalização da racionalidade do mercado nos sujeitos],  (…) é o fechamento da ideia de que as coisas podem ser diferentes. Fica ocultado que o mercado, e o seu funcionamento, é uma instituição produzida pela ação dos homens e que pode ser desfeita por ela. Desaparece portanto a ideia de uma outra realidade possível construída por nós mesmo. (CHAUÍ, 2001, p 16) 

Nesse sentido, e retomando o dito no último ponto do quadro histórico, a contemporaneidade coloca o binômio da formação subjetiva e formação para o trabalho como uma problemática clara no sentido da necessidade de se encontrar um equilíbrio entre ambas. A saída encontrada tem sido, de forma geral, a de inserir de contrabando as questões da formação subjetiva na formação para o mercado, o que não implica em uma mudança na essência da educação. 
Acredito que uma formação subjetiva não descarte uma formação técnica sólida, pois, para que o sujeito tenha uma postura ética na sua vida profissional em relação situações que lhes são colocadas, é necessário que tenha um conhecimento amplo da sua ciência de referência. A questão é a postura política que a instituição universitária adota para a formação (o que inclui toda a organização do trabalho pedagógico) no sentido de compreender de forma clara a significação e objetivos do conhecimento e da educação. 
Os dados concretos do ensino superior com os que nos deparamos hoje são múltiplos e complexos e nossa instituição ainda tem muito a fazer na análise e nas respostas que fornece a sociedade: a expansão de vagas e a consequente mudança do perfil do aluno do ensino superior nos últimos dez anos, as politicas de permanência, a obrigatoriedade vinda do mundo do trabalho e reafirmada pela academia da formação de pós-graduação e, em um movimento inverso, a manutenção das mesmas formas de ensinar na graduação e a elitização acentuada dos programas de formação strito sensu mostram como, apesar de tudo, no fundo ainda temos uma grande responsabilidade com a formação para a vida em sociedade. 
Na área da educação, não somente autores de linha marxista como Chauí e Mészáros tem insistido na necessidade da análise mais aprofundada das politica educacionais para todas as instâncias de ensino, também existem muitas vozes que reforçam a necessidade da reformulação e reanálise dos objetivos da educação e, inclusive, da metodologia de ensino frente a racionalidade do capitalismo. 

 Referências Bibliográficas 
CHAUÍ, Marilena. As humanidades contra o humanismo. In: SANTOS, Gislane Aparecida dos. (org). Universidade, formação, cidadania. pp. 15-32. São Paulo: Cortez, 2001. 
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008. SUCHODOLSKI, Bogdan. A pedagogia e as grandes correntes filosóficas. Pedagogia da essência e pedagogia da existência. Lisboa: Livros Horizonte, 1984.

sábado, 13 de outubro de 2012

times, they are changing

Deixei abandonado este blog alguns meses. é claro quando as coisas andam bem e a pessoa tem mais coisa que fazer que postar no blog, a consequência óbvia é o abandono. Também incluo a paz e tranquilidade na qual a minha vida está. Bom, mudança de casa neste feriado, muito trabalho e correria mais BEM FELIZ!!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

pensando

tem vezes em que tudo o que parece claro confunde... em que as atitudes das outras pessoas que em momentos parecem tão transparentes e verdadeiras são cobertas de incertezas.
nessas horas é que minha calma e tranquilidade e, principalmente, todo o trabalho de equilíbrio que vem sendo feito durante semanas simplesmente desabam. ai tem que respirar e não ser impulsiva. Mas como é difícil... tentar entender o outro, ver seus motivos e não ser injusta, especialmente quando aquele diabinho chamado ego é machucado.
toda a questão está no ato de se doar e sentir a correspondência não é simétrica. então fica a reflexão: aprender a não fazer mais isso para não sofrer, ou simplesmente calcular cada suspiro.   

quarta-feira, 18 de abril de 2012

updating

várias coisas, pouco tempo. updating com retrovisão.

Breakfast Song by Elizabeth Bishop
My love, my saving grace,
your eyes are awfully blue.
I kiss your funny face,
your coffee-flavored mouth.
Last night I slept with you.
Today I love you so
how can I bear to go
(as soon I must, I know)
to bed with ugly death
in that cold, filthy place,
to sleep there without you,
without the easy breath
and nightlong, limblong warmth
I've grown accustomed to?
--Nobody wants to die;
tell me it is a lie!
But no, I know it's true.
It's just the common case;
there's nothing one can do.
My love, my saving grace,
your eyes are awfully blue
early and instant blue.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Talvez,

a verdadeira sexualidade precise da destruição do ego.


(a dangerous method, filme sobre o Jung e o Freud. essa frase foi dita pela paciente pela qual Jung se apaixona quando ela, ao estudar a teoria de freud, questiona a relação sexo e morte. bom filme)

quarta-feira, 7 de março de 2012

Outras inspirações - atualizando

Bizarro. tudo absurdamente e bizarramente bem? pode Arnaldo? e quando digo tudo é TUDO.

agora é só colocar o resta da vida nos eixos e fazer planos longos. e cumpri-os.







Been gone a long time I kinda lost my way,
I can't find it And I caught a short ride
To the grave and back this season
I can try to get by But every time
I start to panic I'm a little bit shy
A bit strange and a little bit manic

La da da da, da da da da La da da da, da da da da da [x2]

I went to a wishing well,
I sank to the ocean floor
Cut up by sharper rocks,
and washed up along the shore
I reached for a shooting star,
it burned a hole through my hand

Made its way through my heart,
had fun in the promised land
On the narrowing line,
what a way to sort my troubles
In a very short time, gonna pop,
better duck and cover
Can you figure me out?

I got caught like a little kid stealing
Did I say it too loud?
A bit hard or a little misleading

La da da da, da da da da La da da da, da da da da da [x2]

I went to a wishing well,
I sank to the ocean floor
Cut up by sharper rocks
and washed up along the shore
I reached for a shooting star,
it burned a hole through my hand
Made its way through my heart,
had fun in the promised land

La da da da, da da da da La da da da, da da da da da [x2]

I went to a wishing well,
I sank to the ocean floor
Cut up by sharper rocks
and washed up along the shore
I reached for a shooting star,
it burned a hole through my hand
Made its way through my heart,
had fun in the promised land

I went to a wishing well,
I sank to the ocean floor
Cut up by sharper rocks
and washed up along the shore
I reached for a shooting star,
it burned a hole through my hand


Made its way through my heart, had fun in the promised land

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Azamigas

Amigo gay? todos deveriam ter pelo menos um. Você é hétero? mais motivo ainda. Ter um melhor amigo gay tem significado a salvação da minha vida em vários casos extremos (e tenhos vários, tipo vááários).  Eles entendem quase tudo, são homens e fofocam, entendem de roupa (mas eu não pergunto nunca sobre a minha porque não faço isso com ninguém, mas se um dia fosse perguntar seria a um gay). Eles conseguem juntar o melhor de dois mundos. As coisas mais importantes sobre homens que aprendi na minha vida foi com gays...
Estou falando de amigos de verdade, não essas beeshas más que tem por ai. Essas eu não gosto mesmo, pra isso seria amiga de patricinha. Ou de gente fútil que é a mesma coisa. Isso tudo deve ter a ver com minha identificação com o mundo gay, mesmo antes de entrar no sindicato. Sabe aqueles amigos que você pode contar coisas? eles não fingem que escutam, eles escutam de fato. Eles sempre tem historias incríveis para contar sobre coisas que aprontaram.
Tudo isso deve ser porque a maioria deles não tem medo de viver. Assumir a sexualidade na maioria dos casos implica um autoconhecimento básico  - o que não implica ser bem resolvido, mas ajuda. Amigos gays, amo muito vocês. Sério.

:P